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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

TRANSAMAZÔNICA - O SOFRIMENTO CONTINUA

TRANSAMAZÔNICA
Do Blog Uruará em Foco

A Imagem do descaso das autoridades Federais e Estaduais do Estado do Para - essa é a Rodovia Federal BR 230 a famosa Transamazônica. Há muito tempo que a Transamazônica está na fila para ser pavimentada, mais a cada Governo que entra ela é colocada no final da fila sem senha... Até quando?

A Rodovia Transamazônica (BR-230), projetada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974) sendo uma das chamadas "obras faraônicas" devido às suas proporções gigantescas, realizadas pelo regime militar, é a terceira maior rodovia do Brasil, com 4 223 km de comprimento, ligando Cabedelo, na Paraíba à Lábrea, no Amazonas, cortando sete estados brasileiros; Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas. É classificada como rodovia transversal. Em grande parte, principalmente no Pará e no Amazonas, a rodovia não é pavimentada.

Em outubro de 1970 uma placa de bronze incrustada no tronco de uma castanheira em Altamira, descerrada pelo general Emílio Garrastazu Médici, dizia: “Nestas margens do Xingu, em plena selva amazônica, o Sr. Presidente da Republica dá início à construção da Transamazônica, numa arrancada histórica para a conquista deste gigantesco mundo verde”. Era o início do sonho de integrar a Amazônia ao Brasil.

Hoje, mais de três décadas depois do início das obras, a Transamazônica está longe de ser acabada. Dos sonhos do Plano de Integração Nacional e do “Brasil Grande” do regime militar, resta uma estrada que no verão amazônico é marcada pela poeira e, no inverno, pela lama e os atoleiros. Na margem da estrada, mais de um milhão de pessoas que sonham ver um dia rodovia que já foi rebatizada de “Transamargura” completamente pavimentada e cumprindo a missão de desenvolver a região.

Planejada para atravessar o Brasil de leste a oeste, a Transamazônica começaria em Picos (PI) e terminaria em Boqueirão da Esperança (AC), na fronteira com o Peru, visando garantir uma saída para o Pacífico aos produtos brasileiros. Eram mais de quatro mil quilômetros de estrada na selva, seis mil incluindo os trechos nordestinos. Hoje, pouco mais de 2.500 quilômetros de rodovia foram efetivamente abertos, mas a estrada é uma espécie de cicatriz aberta na floresta Amazônica à espera do asfaltamento.

A rodovia era o eixo principal do Plano de Integração Nacional e em seu percurso estavam previstas a construção de agrovilas, agrópolis e Rurópolis. Na prática, foram implantadas poucas agrovilas e apenas uma agrópolis (Brasil Novo) e uma Rurópolis (Presidente Médici). O custo da construção da Transamazônica, que nunca foi acabada, foi de US$ 1,5 bilhão. Hoje, a pavimentação deve custar cerca de R$ 1 bilhão.

O plano de integração durou pouco. A partir de 1975 o governo praticamente abandonou a região e as pessoas ficaram jogadas numa situação de calamidade natural. Mesmo assim, as pessoas que vieram para a região construíram cidades, estradas vicinais e hoje produzem de tudo. Mas o reflexo deste abandono é sentido na pele hoje: milhares de agricultores não conseguiram nem mesmo o título definitivo de suas propriedades.

Nos seis meses de verão amazônico, a estrada é trafegável, mas oferece perigos para quem se aventura no meio da poeira, dos buracos e das pontes de madeira. No inverno, muitos trechos ficam intrafegáveis. Uma viagem de ônibus, que no verão demora um dia, pode levar uma semana. Os atoleiros quilométricos impedem o trânsito de pessoas.

Apesar de inúmeras promessas de asfaltamento não cumpridas anteriormente, a expectativa na região é grande para que a obra finalmente saia do papel. A avaliação é que a construção da Hidrelétrica de Belo Monte vai acelerar a pavimentação da BR-230, pela necessidade de transporte de insumos para o empreendimento. Além disso, o asfaltamento é uma das condições apresentadas pela sociedade regional para a construção da usina.

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